domingo, 2 de junho de 2013

Filme: A Lingua das Mariposas


Sinopse: O mundo do pequeno Moncho estava se transformando: começando na escola, vivia em tempo de fazer amigos e descobrir novas coisas, até o início da Guerra Civil Espanhola, quando ele reconhecerá a dura realidade de seu país. Rebeldes fascistas abrem fogo contra o regime republicano e o povo se divide. O pai e o professor do menino são republicanos, mas os rebeldes ganham força, virando a vida do garoto de pernas para o ar.

Entrevista com Rubem Alves (trecho)

Aprender a aprender - Rubem Alves

Dicas de Mário Sergio Cortella para ser um bom professor

Entrevista: Função da Escola por Libâneo


Em entrevista para o SINPRO-SP, o professor e pesquisador José Carlos Libaneo, define a função da escola tendo em vista que a escola não apresenta mais o monopólio do saber. Enfatiza também o papel do professor e as formas que o aluno percebe a escola nos dias atuais.

Projeto: Mostra de desenhos com linhas

Objetivos 
- Observar as variedades de linhas. 
- Desenhar utilizando linhas. 
- Experimentar produzir linhas utilizando diversos materiais. 


- Apreciar trabalhos de artistas. 

Conteúdo
- Desenho. 

Anos 
1º e 2º. 

Tempo estimado 
Dez aulas. 

Material necessário 
Barbante ou lã preta, câmera fotográfica, cartolina formato A3, pincel macio grosso, tinta guache preta, sulfite e lápis grafite. Imagens dos trabalhos de Edith Derdyk (como Slice Arco Madrid) ePablo Picasso

Flexibilização
Para alunos com deficiência visual 
O aluno cego contribui muito para a discussão em sala ao contar que materiais ele utiliza para desenhar. Para ajudá-lo nesta sequência, imprima as imagens feitas por Picasso e ressalte as linhas com cola de relevo. O trabalho com barbantes é desenvolvido normalmente e o registro das linhas pode ser feito com canudos ou cola de relevo. Amplie o tempo de realização das etapas para que o aluno possa perceber os desenhos dos colegas. Todas as crianças devem explorar espaços e objetos da escola em grupos, para que o aluno com DV exercite o tato. Conte com o AEE para que o aluno escreva as legendas em braile.

Desenvolvimento 
1ª etapa
Selecione desenhos já realizados pelos alunos com uma diversidade grande de linhas: curvas, retas, cruzadas etc. Pergunte como poderiam desenhar se não tivessem lápis. Levando em consideração as hipóteses que surgirem, convide-os a usar materiais inusitados e registrar os resultados. Os trabalhos comporão uma exposição para a comunidade escolar. 

2ª etapa
Pergunte às crianças se elas já imaginaram como seriam as coisas se fossem feitas somente de linhas. Conte que Pablo Picasso criou muitas obras assim e mostre as imagens. Convide a turma para transformar diferentes objetos em desenhos com só uma linha. 

3ª etapa
Exponha os desenhos da aula anterior no mural para a apreciação dos estudantes e peça que contem como fizeram. 

4ª etapa
Ofereça 1 metro de barbante ou lã para cada criança. Sugira que experimentem desenhar com esse material. Enquanto os estudantes produzem, caminhe pela sala e fotografe os desenhos. 

5ª etapa
Apresente imagens do trabalho de Edith Derdyk. Deixe que os estudantes comentem sobre o procedimento utilizado por ela e fale sobre o desenho, que é tridimensional. Divida a classe em pequenos grupos para que escolham um lugar da escola onde queiram produzir uma obra dessa natureza com lã ou barbante. Acompanhe a turma fotografando. Depois, convide todos a visitar o local e comentar sobre os desenhos realizados pelos colegas.

6ª etapa
Organize as produções e comente sobre os tipos de linhas e imagens que aparecem, como cruzam o espaço e formam figuras. Distribua cartolinas A3, pincéis e tinta guache preta e convide os alunos a registrar as linhas realizadas no espaço. 

7ª etapa
Aguarde a tinta secar e convide os pequenos a organizar a mostra. Peça que deem nome às produções e criem legendas e um texto coletivo para apresentar o trabalho ao público. 

Produto final
Mostra de desenhos. 

Avaliação 
Observe como as crianças desenham e experimentam os materiais. Organize uma apreciação coletiva. Peça que elas falem sobre as suas produções e analise se observam mudanças nas dos colegas. O objetivo é perceber o quanto a atividade favorece o uso do desenho para explorar diferentes linhas e experimentar novas soluções, ampliando o repertório.


Conteúdo
- Desenho. 

Anos 
1º e 2º. 

Tempo estimado 
Dez aulas. 

Material necessário 
Barbante ou lã preta, câmera fotográfica, cartolina formato A3, pincel macio grosso, tinta guache preta, sulfite e lápis grafite. Imagens dos trabalhos de Edith Derdyk (como Slice Arco Madrid) ePablo Picasso

Flexibilização
Para alunos com deficiência visual 
O aluno cego contribui muito para a discussão em sala ao contar que materiais ele utiliza para desenhar. Para ajudá-lo nesta sequência, imprima as imagens feitas por Picasso e ressalte as linhas com cola de relevo. O trabalho com barbantes é desenvolvido normalmente e o registro das linhas pode ser feito com canudos ou cola de relevo. Amplie o tempo de realização das etapas para que o aluno possa perceber os desenhos dos colegas. Todas as crianças devem explorar espaços e objetos da escola em grupos, para que o aluno com DV exercite o tato. Conte com o AEE para que o aluno escreva as legendas em braile.

Desenvolvimento 
1ª etapa
Selecione desenhos já realizados pelos alunos com uma diversidade grande de linhas: curvas, retas, cruzadas etc. Pergunte como poderiam desenhar se não tivessem lápis. Levando em consideração as hipóteses que surgirem, convide-os a usar materiais inusitados e registrar os resultados. Os trabalhos comporão uma exposição para a comunidade escolar. 

2ª etapa
Pergunte às crianças se elas já imaginaram como seriam as coisas se fossem feitas somente de linhas. Conte que Pablo Picasso criou muitas obras assim e mostre as imagens. Convide a turma para transformar diferentes objetos em desenhos com só uma linha. 

3ª etapa
Exponha os desenhos da aula anterior no mural para a apreciação dos estudantes e peça que contem como fizeram. 

4ª etapa
Ofereça 1 metro de barbante ou lã para cada criança. Sugira que experimentem desenhar com esse material. Enquanto os estudantes produzem, caminhe pela sala e fotografe os desenhos. 

5ª etapa
Apresente imagens do trabalho de Edith Derdyk. Deixe que os estudantes comentem sobre o procedimento utilizado por ela e fale sobre o desenho, que é tridimensional. Divida a classe em pequenos grupos para que escolham um lugar da escola onde queiram produzir uma obra dessa natureza com lã ou barbante. Acompanhe a turma fotografando. Depois, convide todos a visitar o local e comentar sobre os desenhos realizados pelos colegas.

6ª etapa
Organize as produções e comente sobre os tipos de linhas e imagens que aparecem, como cruzam o espaço e formam figuras. Distribua cartolinas A3, pincéis e tinta guache preta e convide os alunos a registrar as linhas realizadas no espaço. 

7ª etapa
Aguarde a tinta secar e convide os pequenos a organizar a mostra. Peça que deem nome às produções e criem legendas e um texto coletivo para apresentar o trabalho ao público. 

Produto final
Mostra de desenhos. 

Avaliação 
Observe como as crianças desenham e experimentam os materiais. Organize uma apreciação coletiva. Peça que elas falem sobre as suas produções e analise se observam mudanças nas dos colegas. O objetivo é perceber o quanto a atividade favorece o uso do desenho para explorar diferentes linhas e experimentar novas soluções, ampliando o repertório.

sábado, 1 de junho de 2013

Entrevista com Telma Weisz

Fonte: Revista Escola

Ela é a mais respeitada especialista em alfabetização do país. Em sua trajetória profissional, Telma Weisz viveu o conflito de ter trabalhado durante anos numa perspectiva mais tradicional, até ter contato com as ideias da psicogênese da língua escrita. "Aí fiquei furiosa comigo mesma", revela a educadora. Desde então, mudou seu olhar sobre os alunos, percebeu que não se pode subestimar a capacidade intelectual de nenhuma criança, aprofundou-se como ninguém no assunto e, dona de uma generosidade sem igual, dedicou-se a transformar a prática de milhares de professores alfabetizadores por meio do principal curso de formação em Alfabetização do Brasil, o Profa. Hoje, ela supervisiona a versão paulista do programa, o Ler e Escrever, da Secretaria Estadual da Educação. Nesta entrevista a NOVA ESCOLA, Telma abusa de exemplos cotidianos para mostrar equívocos, muitos deles cometidos no passado por ela mesma, que ocorrem na árdua tarefa de ensinar a ler e escrever. E, o mais importante, explica por que eles acontecem, com a autoridade de quem soube, por meio do conhecimento científico, refletir sobre a própria prática para melhorá-la.

NOVA ESCOLA: Ainda há professores que não transmitem informações às crianças por pensar que elas aprendem sozinhas? Qual é a origem dessa dificuldade?
Telma Weisz  Na verdade, isso tem a ver com a própria concepção de ensino. Antigamente, todos tinham a ideia de que ensinar era transmitir informações. Nos últimos 30 anos, quando começamos a descobrir que ensinar é criar condições e situações para a aprendizagem e quando os professores ouviram falar, sem aprofundamento, que as crianças constroem seu conhecimento, muitos acharam que bastava o contato com as letras e o material escrito para que o conhecimento aparecesse naturalmente, por geração espontânea. 
Não sei se ainda há quem pense assim. Eu espero que não, pois é um equívoco. O papel do professor é ser aquele que sabe mais dentro da classe e que valida a informação que circula. Em uma sala, todos estão em atividade intelectual, todos falam, todos elaboram ideias e constroem conhecimento. Não ao mesmo tempo - e esse é outro equívoco -, mas todos têm a oportunidade de expressar o que pensam. A validação deve acontecer, porque todos os saberes que estão sendo construídos são provisórios, elaborados por meio de um processo permanente de aproximação com o conhecimento objetivo.
A interpretação enviesada do construtivismo também tem a ver, em parte, com o fato de que a teoria da psicogênese foi popularizada no Brasil por um conjunto de vídeos de entrevistas com as crianças. O entrevistador, que no caso era eu, buscava tornar visíveis as hipóteses que elas formulam quando estão aprendendo a ler e a escrever. Como o objetivo era deixar que os professores vissem-nas pensando em voz alta, a intervenção era pequena. O que foi mal compreendido é que aquilo não era uma situação de ensino nem de pesquisa. Era uma tentativa de ilustrar o que estava no livro [Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky] e que não era de fácil compreensão. Esses mal-entendidos fizeram com que muitos tivessem dúvidas não só sobre informar ou não, mas sobre o que informar. E essa é uma questão delicada porque não há um guia de coisas permitidas ou proibidas. Depende das circunstâncias e daquilo que as crianças pensam em cada momento. 

Como essas dúvidas se revelam na prática?
Telma Por exemplo, se você tem um aluno que está escrevendo uma letra para cada sílaba e ele pergunta "qual é o MI", você pode dar duas respostas. A primeira é: "MI é o M e o I". E a segunda: "O que você quer escrever?", ajudando-o a encontrar uma resposta que caiba na estrutura teórica com a qual ele está trabalhando. Se o menino já está escrevendo alfabeticamente, a situação é outra, mas também tem suas características. Certa vez, um outro me perguntou "Como se escreve lã?". E eu disse "L, A, til". Quando vi, ele havia escrito "balãsa". Dei uma informação errada, porque não tive o cuidado de perguntar "para escrever o quê?". Há uma quantidade enorme de informações que cabe ao professor oferecer, mas é preciso ter condições e critérios para saber quais estudantes podem aproveitá-las. Isso só se consegue fazendo avaliação constante da classe.
Há muitos anos, em um trabalho de pesquisa, observei uma menina que estava repetindo a 1ª série havia cinco anos. A professora, naquele dia, apresentava à classe o alfabeto (para aquela aluna, pela primeira vez). A garota teve uma crise descontrolada de choro e, quando se acalmou, disse "eu sempre saio da escola no meio do ano porque não consigo aprender as letras. Mas eu não sabia que eram tão poucas. Se eu soubesse, não teria ficado tanto tempo aqui até aprender." É uma informação simples, mas se não é dita, como ela vai saber? Outro exemplo: uma criança pergunta "cozinha é com S ou com Z?" O que você faz? Diz a ela "pense para descobrir?" Não tem como pensar para descobrir. Você tem duas alternativas: mandá-la ao dicionário, o que, em determinadas circunstâncias, é uma perda de tempo, ou aproveitar a situação para explicar que é com Z, mas que, muitas vezes, o mesmo som pode ser com S, ainda que entre vogais. Assim, é introduzida uma série de informações que nem todos talvez possam utilizar, dependendo das condições do grupo. Mas, de qualquer maneira, se isso não vier do professor, de onde virá?

O que acontece quando não nos colocamos na perspectiva do aluno?
Telma "Cegamos" o aluno. É porque somos alfabetizados que ouvimos e vemos coisas que, para os que ainda não sabem ler e escrever, não estão lá. Um exemplo simples: muitos professores estão convencidos de que o branco entre as palavras é uma coisa que se pode escutar. Isso só pode acontecer a uma pessoa cuja percepção da relação entre escrita e leitura está de tal maneira organizada em cima da sua própria competência leitora que nem passa por sua cabeça que a fala é um contínuo e que jamais as crianças vão encontrar no falado os elementos que permitirão separar as palavras. E é claro que, dessa perspectiva, ao vê-las escrevendo tudo grudado, imagina-se que há uma disfunção, um problema. Não há. Trata-se de um momento necessário do processo. É preciso aprender a escrever assim para depois pensar na questão das separações.
Colocar-se no lugar do aprendiz é essencial para ensinar. Muitos falam em "palavras", como se as crianças soubessem o que é isso. Mas só gente alfabetizada, que já escreve e segmenta o texto, pode saber o que são palavras. E, às vezes, mesmo quando já fazem isso, recusam a ideia de que os artigos sejam palavras. Não estou dizendo para não usar a terminologia, mas é preciso ter claro que o que se está nomeando não é exatamente o que as crianças pensam que é. Certa vez, perguntei a uma menina o que era "palavra". Ela respondeu: "É o que está escrito na Bíblia." E eu insisti: "Por quê?". "Por que a Bíblia é a palavra de Deus". Imaginar que é obvio escrevermos exatamente como falamos, na mesma ordem, só acontece se não nos colocamos no lugar de quem está aprendendo. Porque, ao assumir essa perspectiva, somos obrigados a olhar de outro jeito. Intuitivamente, ninguém é capaz de fazer isso.
Só com pesquisa cientifica é possível compreender o outro que pensa diferente de você. A vida inteira, vi meninos escreverem coisas que, para mim, não eram escrita, não eram nada. Nunca parei para refletir sobre o que eles estavam pensando. Até o dia em que li sobre a psicogênese. E aí fiquei furiosa comigo mesma, porque já tinha visto aquilo tudo. Qualquer alfabetizador já viu crianças escrevendo com uma letra para cada sílaba ou com menos letras. Na verdade, não dávamos importância. Não olhávamos para isso como uma ação inteligente delas. Sem a ajuda da ciência, não se pode recuperar uma visão que já se teve, mas que foi apagada, numa espécie de esquecimento cognitivo.
Há muitos anos, quando trabalhei com professores indígenas no Acre, estava explicando a eles as hipóteses sobre a escrita e dizendo que, no inicio, as crianças pensam que, para escrever um pedaço do que se fala, basta um pedaço de escrita, que para eles é a letra. Eles me olhavam com estranheza, pois essa ideia de hipótese era muito estranha à cultura local. Até que um deles puxou uma folha antiga de sua pasta. Ele se chamava Norberto, havia feito um desenho e assinado NBT. Era recém-alfabetizado e ainda tinha o documento de suas próprias hipóteses. Foi uma situação interessante ver um adulto recuperar esse esquecimento. Nós não nos lembramos de quando não sabíamos calcular, escrever, ler. Nós não temos a memória viva do que é ser alguém que tem de aprender, que não sabe nada sobre determinada coisa. E os professores, como tais, só podem recorrer ao conhecimento cientifico para recuperar isso. Porque, via bom senso ou afetividade, não se chega a lugar algum.

Quais são os equívocos mais comuns na escolha das intervenções para fazer a turma avançar nas hipóteses de escrita?
Telma Vejo duas versões sobre isso. Em uma delas, a mais tradicional e frequente, mostra-se aos silábicos quais letras faltam, imaginando que isso os ajuda a chegar a uma hipótese mais avançada. Há uma dificuldade enorme de aceitar e deixar no caderno uma escrita que não esteja ortograficamente correta. "O que os pais vão pensar?", "o aluno achará que está certo", "vai fixar o erro". Na verdade, falta compreensão da diferença entre trabalhar o processo de aprendizagem e trabalhar sobre o produto que a criança está realizando. Toda a tradição de correção com caneta vermelha e de cópia dos erros vem daí - existe o não saber, o saber errado e o saber certo. E é claro que isso corresponde a uma concepção de aprendizagem, para a qual o ensino, por sua vez, cuida de evitar que se fixem na memória ideias erradas. Na visão construtivista, com uma abordagem psicogenética da alfabetização, fica claro que aquela escrita, errada segundo os padrões convencionais, faz parte de um processo do aluno. E que, naquele momento, é preciso estimular o máximo possível a reflexão sobre o que se escreve. É possível e necessário subsidiá-lo para ajudá-lo, o que é muito diferente de dar informações para obter um produto correto.
A segunda versão é uma leitura parcialmente equivocada do que chamamos de conflito cognitivo. Ou seja, o que faz um menino, que está lá, bem satisfeito da vida, escrevendo uma letra para cada sílaba e conseguindo se virar assim, abandonar essa hipótese que, do ponto de vista teórico, é tão elegante? Como é que ele avança? Além da hipótese de que, para cada vez que abrimos a boca, usamos uma letra, ele tem outras, como a de que não pode escrever uma mesma letra repetida, escrever com poucas letras e, de forma alguma, escrever com uma letra só. Mas, para alguns, duas letras também é muito pouco. A média estatística da exigência é em torno de três letras. O que acontece com uma língua como o português, com uma quantidade enorme de palavras dissílabas? Toda vez que a criança escreve um dissílabo, tem um problema, pois precisa colocar alguma coisa para não cometer um "sacrilégio". Essa contradição entre os esquemas explicativos que ela tem para a leitura e a escrita é que dá origem e espaço ao que chamamos de conflito cognitivo.
A partir dessa explicação, os professores fazem uma assimilação de que é preciso produzir situações conflitivas o tempo todo. Mas o conflito ou é do aprendiz ou vira uma conversa sem nexo para ele. Uma das atitudes equivocadas mais clássicas nessa linha é mandar contar os pedaços de uma palavra falada. Por exemplo, para "borracha", bater três palmas, uma em cada sílaba. Então, o professor escreve a palavra, pergunta quantas letras tem e diz: "Você pensa que abrimos a boca três vezes e que é preciso colocar três letras, mas eu estou mostrando que não é, e que borracha, no papel, tem oito letras". Dependendo de em que nível os meninos estejam, isso não faz o menor sentido. E certamente não fará quando estão colocando três letras. Pode ser em uma transição, mas aí não é necessário ficar contando quantas vezes a boca abre ou quantas letras a palavra tem. A própria criança começa a batalhar para colocar as letras. Ou você pode - e para isso é preciso conhecê-la intelectualmente - dizer: "Você sabe fazer melhor do que isso. Pense mais um pouco".

É comum a ideia de que, na leitura de textos memorizados, o importante é guardar a grafia das palavras. Isso está certo?
Telma Não está clara, para quem pensa dessa forma, a importância do trabalho com textos memorizados. Em primeiro lugar, não é qualquer texto que pode ser utilizado. Deve ser um texto estável, não o segundo parágrafo da história da Bela Adormecida. Existe um vasto repertório infantil, naturalmente memorizado. São versinhos, parlendas e trava-línguas, usadas em brincadeiras de roda e jogos verbais, que as crianças já sabem ou podem aprender oralmente na escola, usados em dois tipos de atividades muito interessantes. Uma é juntar duas delas (com níveis próximos de conhecimento, de forma que uma possa contribuir com a outra) para produzir uma escrita. Por exemplo, "a galinha do vizinho bota ovo amarelinho". Como as duas sabem de memória, tudo o que têm de intercambiar é que letras colocar e onde. Se estivessem redigindo um texto inventado, não teriam um problema comum para resolver. Mas sendo um texto estável, tomam decisões em função desse conhecimento prévio.
Outro tipo de trabalho é pedir que acompanhem, sabendo o que está escrito em cada verso, a leitura que alguém faz. Elas sabem que, na primeira linha, está escrito "a galinha do vizinho" e, na segunda, "bota ovo amarelinho", porque você informou. O que está por trás disso? O fato de que ninguém nasce sabendo que se escreve tudo aquilo que se fala, na ordem em que se fala, sem omitir nada. No início, imagina-se que só se escreve os substantivos. Se você tem "a galinha do vizinho", pensam que está escrito "galinha" e "vizinho". Para "bota ovo amarelinho", os mais avançados podem achar que está escrito "bota", "ovo" e "amarelinho", mas não necessariamente nessa ordem. É interessante pedir para localizar e ler pedaços, que são as "palavras" (mas, se você disser "palavras", eles procurarão as letras). Você pode perguntar onde está escrito "vizinho". Eles acompanharão o texto e começarão a localizar as partes do escrito e relacioná-las ao falado.
Esse tipo de atividade tem um papel extremamente importante e não aprendemos isso com a psicolinguística ou com a didática. Mas com a história da leitura, com investigações sobre como as populações antigas se alfabetizaram. Descobriu-se que, nos países nórdicos, por exemplo, toda a população era alfabetizada antes de haver escolas. Protestantes de orientação calvinista, eles tinham uma prática sistemática de acompanhar nos textos o que se falava nos cultos. Todos eram incorporados a esse universo em que a palavra escrita nos textos religiosos era tratada como uma coisa básica, essencial. As pessoas acompanhavam e decoravam para se aproximar desse objeto sagrado que era a escrita. Isso também aconteceu nas escolas religiosas judaicas e ocorre nas escolas religiosas muçulmanas - mas nessas duas instituições o aprendizado é apenas para os homens. Essa é a origem do trabalho que fazemos com textos memorizados. Já a memorização da forma escrita produz um efeito contrário. Sempre que os professores insistem na memorização da forma, os alunos, no esforço de lembrar como as palavras são escritas, produzem uma escrita caótica, e não a que produziriam se estivessem pensando em como se escreve.

O professor ainda acredita que, ao pedir que a criança acompanhe a leitura com o dedo, é capaz de fazê-la ler, sem observar se ela faz a relação do escrito com o falado?
Telma Sobre esse assunto, eu gostaria de fazer um mea culpa público. Certa vez, em um vídeo, depois de dizer muitas vezes "ler apontando com o dedinho", eu disse "ler com o dedinho". Muita gente repete isso, mas é uma bobagem. Ler acompanhando com o dedo serve, por exemplo, para aproveitar as possibilidades de uma atividade em que se leia um texto memorizado em público. Para um sarau de poesia, cada um tem um poema, leva para casa, pede ajuda à família, estuda, decora, aponta e tenta acompanhar, pois terá de se apresentar publicamente. Essa situação de focalização e de achar as partes do texto para se apresentar de forma adequada ajuda a descobrir em quem pedaço está escrito o quê. Agora, passar o dedo embaixo, em si, não é nada. A leitura da escrita não entra pela pele. Faz sentido apenas se houver reflexão sobre a grafia das palavras e se quem está lendo tenta ajustar aquilo que fala ao que está escrito. A forma adequada de organizar esse tipo de atividade é, por exemplo, todos cantarem uma canção juntos. De repente, o professor bate palma, pára numa determinada palavra e anda pela sala para ver se os dedos estão onde deveriam estar. Se não estiverem, ajuda a entender a posição certa. Se simplesmente diz "acompanhe com o dedo" e vai embora, não acontece nada. É preciso construir uma situação de aprendizagem e não ficar alisando papel. Para isso, é preciso estudar, buscar uma compreensão teórica que vai muito além de apenas saber identificar uma hipótese de escrita.

O que leva o professor a passar questionários em vez de promover comentários sobre as histórias lidas - como fazemos com amigos, quando lemos um livro?
Telma Ou pedir que façam um desenho, o que é ainda pior... O intercâmbio de ideias a partir de uma situação de leitura é algo que se faz apenas quando se tem uma experiência significativa e intensa como leitor. Quando lemos com ou para as crianças, tentamos constituir bons comportamentos leitores. Mas, para que você funcione como um modelo desses comportamentos, também precisa ser um leitor. Essa prática de ler uma história e depois pedir um desenho não tem nada a ver com a ideia de que o que se lê pode ser aprofundado, explorado, re-elaborado e compartilhado. Quando se tem a concepção de que a leitura não é simplesmente fazer barulho com a boca diante das marcas gráficas, sabe-se que ela produz em mim um impacto diferente do que em você, e que eu posso ter observado mais um aspecto do que outro e que podemos nos interessar por coisas diferentes. Esse espaço de intercâmbio é um espaço de trocas. Eu tenho visto perguntarem "de que pedaço você gostou mais?", "E você?". Assim, podam o intercâmbio real, que seria "quem achou uma coisa interessante que gostaria de contar aos amigos?". Se não souberem como fazer isso, você dá o modelo: "Lendo esse texto, eu pensei nisso, me lembrei daquilo, achei muito interessante a forma com que o autor escreveu, parecia que ele queria dizer uma coisa, mas queria dizer outra". É interessante fazer perguntas sobre aspectos de uma história que talvez poucos tenham entendido.
Há uma escritora que escreve em espanhol e tem uma série de livros sobre uma menina com uma amiga igualzinha a ela, mas que é gigante e aparece sempre que a garota precisa se proteger dos adultos. Só que isso nunca é dito explicitamente. Se você pergunta "quem é essa amiga grande?", "ela existe de verdade?", uma discussão louca surge na classe. Porque a personagem é, na verdade, uma representação do desejo da menina que se salva das maldades dos adultos. Mas as crianças não têm isso claro, apenas uma vaga intuição. Também é interessante perguntar "quem estava contando essa história? A personagem? A mãe dela?". Em geral, respondem que "é a escritora". E você pode questionar "mas aqui diz eu não gosto que me penteiem os cabelos porque arranca e dói. A escritora disse isso?" Aparece, então, a ideia do narrador, que, para as crianças, é completamente misturada à do escritor.

O professor já compreendeu a importância dos livros na alfabetização. Mas ele oferece variedade de materiais de leitura?
Telma A variedade dos gêneros ultrapassa a ideia dos livros. Só no jornal e nas revistas há uma variedade enorme de gêneros. Se o professor não entende isso, usa esses portadores para recortar letras. Se entende, aprende como explorar os gêneros que há dentro deles. Os livros infantis, em geral, não têm uma grande variedade de gêneros. Têm, eu diria, subgêneros. São todos livros de ficção, mas alguns falam de mistério, outros de assombração ou de fadas. Mas acho que o problema é anterior: o professor tem de ler para si mesmo, para selecionar o texto, com critérios, antes de levá-lo para as crianças.
Eu acompanhei uma classe de alfabetização em que todos estavam envolvidos com os livros de histórias, menos um menino. Quando se falava em leitura e escrita, ele saía de perto e ia fazer outra coisa. Aparentemente, não tinha interesse. Até o dia em que chegou uma enciclopédia de dinossauros. Nesse dia, o menino ficou absolutamente fascinado, agarrou a enciclopédia. Ele não tinha alma de ficcionista, ele tinha alma de cientista. Precisamos reconhecer essas diferenças. Ele não tinha vontade de aprender a ler para ler sozinho as histórias infantis. Mas ele tinha muita vontade de aprender a ler para classificar os dinossauros, saber de que época eram e o que faziam. Aprendeu a ler em dias. É uma mudança de gênero, mas foi também uma mudança de mundo para o garoto.
Variar os gêneros é importante, mas não é uma ideia mecânica. Quando introduzimos um gênero novo, é preciso ter um sentido para isso. Para ler poemas, tenho um foco, se vou ler histórias, tenho outro. O que os diferentes gêneros permitem é abrir o leque das possibilidades de leitura e oferecer o discurso escrito em suas diversas formas. Porque, na verdade, quando as crianças ouvem o adulto ler, não aprendem só o enredo, mas também sua linguagem, que não é igual a dos outros. A variedade tem de ser selecionada em função daquilo que a turma pode aprender, das diferenciações que os alunos já têm condições de fazer e que você se sente em condições de oferecer.

Por que ainda é pequeno o acesso a materiais que favoreceriam, na produção de um texto, a busca de informações em diversas fontes?
Telma Há um medo mortal de trabalhar verdadeiramente com jornais porque se pensa que é um texto adulto. Isso não é verdade. Certa vez, vi uma professora fazer um trabalho muito interessante. Os meninos tinham de assistir o noticiário da TV e, no dia seguinte, ela levava o jornal impresso para a sala, para que encontrassem as informações sobre os fatos do dia anterior. Ler os títulos, o subtítulo da reportagem, uma parte inicial do texto é algo muito possível de fazer, especialmente quando se tem sensibilidade para escolher o quê. Você não vai, por exemplo, propor a leitura de uma reportagem sobre uma chacina. Mas pode ler sobre quem jogou no domingo, quem ganhou o campeonato ou a corrida. Quando alguém relata algo que viu, você pode perguntar se a turma deseja escutar a história contada no jornal impresso, mais detalhada. Eu sou uma defensora convicta da presença do jornal na sala de aula porque os fatos são a fonte da história. Nele, lemos sobre acontecimentos de países distantes. Com um mapa múndi na classe você aponta, por exemplo, onde ocorreu uma avalanche e aborda questões como o que é isso, por que acontece. Esse trabalho é fascinante.
Mas é preciso ter a inteligência das crianças em alta conta. Quando se espera mais, elas devolvem mais. Quando se espera pouco, elas devolvem um pouquinho. O fato de trabalhar no limiar superior faz com que avancem muito mais do que quando se pensa "elas não vão entender". É claro que sozinhas elas não entendem. Tudo isso vale para enciclopédias, jornais, textos de ficção, revistas. Mas é preciso fazer uma aposta alta. Não uma aposta cega, sem olhar se a turma está acompanhando. E, sim, a mais alta possível, ajustada àquilo que as crianças mostram que são capazes de pensar e fazer.

O professor encontra dificuldades em dar atividades diferenciadas para os que já estão alfabéticos e também precisam avançar? Como agir nesses casos?
Telma Isso é o mais fácil. Os já alfabéticos podem ler, escrever, produzir textos, ser envolvidos em projetos mais complexos. Estes não são o problema. O problema são os que ainda não compreenderam o sistema. Às vezes, há alfabéticos que não são leitores. Nesse caso, é preciso construir situações que ajudem a desembaraçar a leitura, que não é algo que vem sozinho. Não é porque uma criança colocou todas as letras que ela já sai lendo. Poucas fazem isso. A maioria precisa construir uma prática de leitura para se soltar. Tenho uma experiência recente com uma que estava escrevendo silabicamente com valor sonoro. Quando ela já sabia todas as letras, foi possível pensar em trabalhar questões como "essa letra serve para escrever esse som, mas é só essa? Tem mais? Você poderia colocar outra no lugar?" Então, ela avançou rapidamente para uma escrita alfabética, cheia de erros de ortografia, mas alfabética. Mas dizia "eu não sei nada porque escrevo, mas não sei ler. Eu escrevo nessa letra e tudo o que eu vejo está escrito numa letra que eu não conheço". Então, fiz uma tira de correspondência, com as letras de forma e de imprensa. Todas as vezes que não conseguia reconhecer uma letra, o menino via na tira. Mas isso empacava a leitura. Quando ele terminava a segunda palavra, já não sabia mais sobre o que era o texto. Passei a propor que lesse desse jeito e, depois de destrinchar todo o texto, voltasse a estudá-lo para ler rápido, pois só se entende o que se lê quando se lê rápido. Sozinho, ele se treinou, voltou e disse: "Estou lendo tudo". E estava mesmo. Porque, na verdade, ele não tinha se soltado da ideia de que era necessário ler todas as letras. Na medida em que pedi para que avançasse além dessa leitura letra por letra, ele teve de usar as estratégias de leitura. Isso fez com que ganhasse velocidade e compreensão. Conforme passou a compreender o que lia, a vontade de ler cresceu e a leitura melhorou. Esse é um ciclo virtuoso.

Ainda persiste a ideia de que as crianças só podem ter contato com histórias curtinhas, nunca lidas em capítulos?
Telma Essa mania de que tudo tem de ser pequenininho é uma deturpação da concepção de criança e, principalmente, um desrespeito enorme. Porque ela senta na frente da TV, vê uma novela em 180 capítulos, lembra de todos os personagens, quem casou com quem, quem brigou com quem e o que vestia em tal dia. As crianças não têm problemas de memória, quem tem problemas de memória somos nós. Elas têm tudo fresquinho na cabeça. Minha experiência pessoal é a de escolher livros pela grossura, ao contrário do que alguns fazem. Eu sempre escolho os livros mais grossos porque, se a história for boa, não quero que ela acabe! Esse lugar do leitor que tem prazer na leitura é o que o professor teria de encarnar. Para elas, uma história pequena é pobre e chata. É claro que histórias grandes podem ser pobres e chatas. Mas elas adoram ouvir uma história grande em capítulos, contados um por dia e, no fim da leitura: "tchan tchan tchan tchan, agora aguardem o capitulo de amanhã! Quem que acha que elas não gostam nunca experimentou. Elas são muito mais inteligentes do que os adultos porque, nesse momento da vida, tudo está para ser aprendido e a disponibilidade para a aprendizagem é enorme. Quando perdem isso é porque os adultos destruíram. O fracasso reiterado mata essa disponibilidade.

Como deve ser o trabalho do 3º ano em diante no que se refere ao aprimoramento da leitura e da escrita?
Telma Você já disse a palavra: aprimoramento. Em primeiro lugar, ninguém deveria chegar ao final da segunda série sem compreender o sistema de escrita e sem ler. Daí pra frente, todo o trabalho é de estabelecer objetivos cada vez mais complexos para a mesma coisa, que é ler e escrever. O nome do conteúdo não muda e, sim, o que está lá dentro. O que acontece é que muitos imaginam que, quando se é capaz de colocar todas as letras e ler alguma coisa, ainda que silabando, está encerrada a aprendizagem da leitura e da escrita. Uma prova de que isso não é verdade é que os meus alunos na pós-graduação estão aprendendo a ler textos acadêmicos, porque infelizmente as faculdades onde estudaram, em vez de deixá-los ler textos acadêmicos adequados à competência deles, criam as apostilas, simplificando o conteúdo, no pior sentido da palavra. Isso os impediu de construir a capacidade de ler textos de certo grau de complexidade, de um determinado gênero.

Aprende-se a ler e a escrever ao longo da vida toda. Não basta ser alfabético e ser capaz de ler um outdoor para ser alfabetizado. Quando entendemos isso, ajudamos os meninos a se aproximar de textos cada vez mais complexos. Esse trabalho os transforma em leitores cada vez melhores e de uma gama mais ampla de gêneros. E aprender por meio dos textos é condição para estudar os outros conteúdos na escola. Para quem não sabe aprender a partir de um texto escrito, o destino depois da quinta série é o fracasso.

Filme: L'enfant sauvage

Sinopse:

Cantão de São Sernin, França, 1798. Três caçadores acham uma criança selvagem, que possui 11 ou 12 anos. Ele é apelidado de Selvagem de Aveyron (Jean-Pierre Cargol), sendo que se alimenta de grãos e raízes, não anda como um bípede nem fala, lê ou escreve. O professor Jean Itard (François Truffaut) se interessa pelo menino, que é levado a Paris para determinar seu grau de inteligência e ver como se comporta a mentalidade de um menino que desde cedo foi privado da educação, por não conviver com ninguém da espécie. Itard começa a educá-lo. Todos pensam que ele vai fracassar, mas com amor e paciência aos poucos obtém resultados.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Arte: Atividade de percepção sonora com o filme "O Som do Coração"



Introdução

Filho de pais músicos, o menino Evan Taylor cresce em um orfanato e não conhece sua origem. Apesar disso, ele ouve música em todos os lugares e acredita que ela seja uma mensagem de sua família. Decide então sair em busca de sua história. Apesar desse lado de fantasia, o mais interessante é, contudo, destacar os pontos da trama que mostram o garoto escutando diferentes ruídos da cidade, que podem se transformar em música. "Os alunos precisam aprender a escutar os variados sons que passam despercebidos ao seu redor", diz a professora Valéria Caram, do Colégio Pueri Domus, em São Paulo.


Objetivo

Discriminar sons da natureza, da cidade e da sala de aula.


Conteúdo

Sons do ambiente.

Trechos selecionados
Cena que mostra o garoto fugindo do orfanato em direção à cidade (21m07s a 22m07s). Trecho em que ele entra na cidade e começa a prestar atenção nos sons (22m55s a 31m05s). Cena em que o garoto pega um violão e, sem nunca ter experimentado o instrumento, começa a tocá-lo (41m43s a 44m25s).


Atividade

Exiba os trechos do filme. Leve as crianças a um parque, um bosque, uma praça ou qualquer área verde próxima à escola para que escutem os sons da natureza e, depois, a algum local urbanizado, para que fiquem atentas aos ruídos das ruas. Volte para a sala de aula e chame a atenção de todos para as vozes dos colegas. Destaque como vários sons às vezes passam despercebidos, como se fossem apenas parte do ambiente. Depois, faça uma música com as crianças. Peça que elas tentem reproduzir com instrumentos de percussão ou outros que tiver disponíveis os sons que ouviram durante aquela aula.


Avaliação

Observe quais os sons as crianças ouviram e avalie de que forma elas os reproduziram.

Mensagens

Educar é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos para transformar no que somos.(Maria, a maior educadora da História)
- Augusto Cury 




Cada ser humano possui uma beleza física e psíquica original e particular. Aprenda diariamente a ter um caso de amor com a pessoa bela que você é, desenvolva um romance com a sua própria história. Não se compare a ninguém, pois cada um de nós é um personagem único no teatro da vida.
- Augusto Cury 

Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados. Nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos demais. É nossa sabedoria, não nossa ignorância, o que mais nos apavora. Perguntamo-nos: 'Quem sou eu para ser brilhante, belo, talentoso, fabuloso?' Na verdade, por que você não seria? Você é um filho de Deus. Seu medo não serve ao mundo. Não há nada de iluminado em se diminuir para que outras pessoas não se sintam inseguras perto de você. Nascemos para expressar a glória de Deus que há em nós. Ela não está em apenas alguns de nós; está em todas as pessoas. E quando deixamos que essa nossa luz brilhe, inconscientemente permitimos que outras pessoas façam o mesmo. Quando nos libertamos de nosso medo, nossa presença automaticamente liberta as outras pessoas.
-Nelson Mandela 

“Há uns que nos falam e não ouvimos; há uns que nos tocam e não sentimos; há aqueles que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas... há aqueles que simplesmentevivem e nos marcam por toda vida.”
-Hannah Arendt

Ensinar implica humildade. Nenhum de nós é uma enciclopédia e detém todo o saber. Mesmo em nossa área, nosso conhecimento, por mais estudiosos que sejamos nunca pode ser completo. Assim esta posição de "donos do saber" é simplesmente ridícula. Somos eternos aprendizes em tudo e é preciso que osalunos também aprendam esta verdade.

-Maria Luiza Silveira Telles


O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.

- Henri Wallon



quinta-feira, 30 de maio de 2013

Sarau: 3° ano

Pequeno exemplo de sarau organizado para crianças do Ensino Fundamental 1, mais especificamente do 3° ano (Escola escolhida: Colégio IEMES):

Feira de Ciências: Escola Paulo Freire

Segue em anexo alguns momentos de uma feira de ciências voltada ao Ensino Fundamental 1. A escola escolhida foi a Escola Paulo Freire:

Arte: Mãos na argila para ampliar perspectivas

(clique aqui para ser redirecionado ao texto)

Filme: O Contador de Histórias


Sinopse: 

'O Contador de Histórias', filme de Luiz Villaça baseado na vidado mineiro Roberto Carlos Ramos, é a história de como o afeto pode transformar a realidade. Caçula entre dez irmãos, Roberto desde cedo demonstra um talento especial para contar histórias, transformando, com a narrativa, suas próprias experiências de frustração em fábulas cativantes. Aos 6 anos, o menino cheio de imaginação é deixado pela mãe em uma entidade assistencial recém criada pelo governo. Ela acredita estar, assim, garantindo um futuro melhor para seu filho. A realidade na instituição é diferente do que se promovia pela propaganda na TV e Roberto, aos poucos, perde a esperança. Aos treze anos, após incontáveis fugas, ele é classificado como irrecuperável, nas palavras da diretora da entidade. Contudo, para a pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), que vem ao Brasil para o desenvolvimento de uma pesquisa, Roberto representa um desafio Determinada a fazer do menino o objeto de seu estudo, tenta se aproximar dele. O garoto em princípio reluta, mas, depois de uma experiência traumática, procura abrigo na casa de Margherit. O que surge entre os dois é uma relação de amizade e ternura, que porá em xeque a descrença de Roberto em seu futuro e desafiará Margherit a manter suas convicções.

Filme: Como Estrelas na Terra


Sinopse:

É a história de uma criança, Ishaan Awasthi, de 9 anos, que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Um professor substituto de Artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e a vontade de viver.

Aula fora: Atividades para serem realizadas fora da sala de aula

1) Atividade: Encestar o arco

Número de jogadores: De 10 a 25 alunos
Área de jogo: Em sala de Aula ou no pátio da escola
Forma de organização: O professor divide os alunos em colunas, coloca-se a uma distância determinada por ele, os outros do outro lado. O primeiro da coluna com o arco terá que encestar o arco em seu companheiro. Após o ato, este virá correndo, passando o arco para o próximo, e dirige-se para o final da coluna, e o aluno que lançou o arco tomará o lugar do que foi encestado. O jogo termina quando o primeiro aluno voltar à sua posição inicial.
Faixa etária: De 8 a 11 anos
Objetivos: Desenvolver explorando os movimentos naturais e logo após os mais complexos fazendo com que os mesmos seja de uma forma progressiva.
Materiais: Arcos
Variações: 1ª: Dividem-se os alunos em colunas, o primeiro de cada coluna deverá lançar o arco, girando para cima e tentar entrar embaixo, tentando se encestar.
2ª: Dividem-se os alunos em colunas. À voz de comando do professor, os alunos deverão ir passando por dentro do arco e o professor orientará como deve-se realizar o exercício. Logo, eles irão descobrindo as diversas maneiras de desenvolver a atividade ( como pular corda).

2) Atividade: Prender a bola

Número de jogadores: De 10 a 25 alunos
Área de jogo: Em sala de aula ou no pátio da escola
Forma de organização: Os alunos serão divididos em duplas e o professor demarcará o espaço a ser percorrido. Os alunos ( duplas ) de cada grupo prenderão uma bola ou um outro objeto na testa e enlaçados com um arco à cintura. À voz de comando, estes, com as mãos para trás, levarão esse objeto sem deixar o arco cair até à dupla de seu grupo.
Faixa etária: De 5 anos acima
Objetivos: Incentivar a Sociabilização, convivência e companheirismo e domínio.
Materiais: Arcos e bolas de tênis
Variações: 1ª: Os alunos em duplas, o professor colocará uma tira de elástico ( ou similar ) nos braços e pernas, prendendo um ao outro. À voz de comando, estes sairão andando, combinando os passos e entregarão a bola para a outra dupla, vencendo o grupo que terminar todas as duplas primeiro.
2ª: Os alunos, na mesma formação anterior, com os braços e as pernas presas um ao potro, terão que chegar aos seus companheiros, mas irão passando por dentro do arco, entregando o arco para os colegas.

3) Atividade: Corrida de jornal em duplas

Número de jogadores: Grupos de 6 alunos
Área de jogo: Sala de aula ou ao solo
Forma de organização: As duplas, unidos por argola de câmara de ar nos tornozelos, de posse cada dupla de duas folhas de jornal. Após a organização, cada dupla ficará sobre um jornal e colocará outro à frente. Ao sinal do professor, a dupla passará para o jornal da frente e puxará num segundo momento, o jornal que ficou para trás, para sua frente, repetindo o gesto que ultrapassem a linha de chegada. Não será permitido deslocar-se fora do jornal.
Faixa etária: De 8 a 11 anos
Objetivos: Desenvolver o equilíbrio, a interação e a cumplicidade em grupo de trabalho
Materiais: Jornais, câmaras de ar ou argolas
Variações: Em duplas dentro de um círculo feito de giz e numerados, solicitar uma dupla de posse de um jornal amassado esta dupla fora do círculo, joga o jornal amassado para cima e chama um número. Neste momento todos devem trocar de lugar. A dupla chamada, de posse do jornal amassado, tentará atingir os participantes antes que consigam efetuar a troca, e o participante da dupla que for atingido passará para fora dos círculos. A dupla que conseguir êxito na troca não poderá ser mais atingida.

4) Atividade: Vamos acordar?

Número de jogadores: Um nº. de 10 alunos acima
Área de jogo: Em sala de aula ou qualquer outro local
Forma de organização: Os alunos dispostos em círculo sentados ao chão, ou em cadeiras ou até mesmo em pé, as mãos cruzadas dispostas sobre o peito. Um aluno ficará no meio do círculo com uma bola que deverá ameaçar lançá-la a qualquer aluno que estiver no círculo, este não poderá mover as mãos a não ser que realmente ele lance, portanto o aluno deverá pegá-la. O aluno que mover as mãos ou se laçada a bola e deixá-la cair, sairá fora da brincadeira e assim por diante, até que restar somente um aluno dentre todos os do círculo.
Faixa etária: De 8 anos acima
Objetivos: Desenvolver a percepção, agilidade e atenção
Materiais: Bola
Variações: Lenço a trás. O s alunos dispostos em círculo em pé, um aluno ficará ao centro deste e outro fora. O aluno que estiver fora deverá percorrer o círculo e apenas deixar o lenço cair atrás de um dos companheiros. O aluno do centro que certamente estará atento deverá tentar pegar o roubar o lenço de trás do amigo antes que ele perceba que este se encontre lá. Este não percebendo será o aluno do centro e assim sucessivamente.

5) Atividade: Trocar de roupas ( jogo de estafeta )

Número de jogadores: De 10 a 20 alunos
Área de jogo: Pode ser em sala de aula mesmo
Forma de organização: A critério do professor, ele poderá trazer as roupas ou combinará com os alunos para trazerem roupas ( boné, calção, camisas etc...), suficientes para o depósito da brincadeira. Dividem-se os alunos em colunas. À voz de comando, os primeiros de cada coluna deverão vestir a s roupas, correrem até o lugar marcado, tirá-las e voltarem, tocarem na mão do companheiro e este irá até o local, vestirá as roupas e voltará, e passando para o próximo. É importante se iniciar com duas peças e ir acrescentando outras no decorrer da brincadeira.
Faixa etária: De 7 anos acima
Objetivos: Memorização, companheirismo e agilidade
Materiais: Roupas em geral e acessórios....
Variações: Pegar objetos; dividem-se os alunos em grupo. O professor designará o objeto a ser levado. Ao comando do professor, os primeiros alunos de cada grupo deverão pegar o objeto determinado e levar até o seu companheiro. Repete-se a brincadeira. Incrementando com outros objetos. Orientar aos alunos quanto à entrega dos objetos, que deverá ser na mão do seu companheiro. O professor deverá colocar objetos de vários tamanhos

6) Atividade: Alvo móvel

Número de jogadores: 20 alunos
Área de jogo: Solo
Forma de organização: Dividem-se os alunos em dois grupos, ficando cada grupo de um lado do espaço demarcado e cada aluno em posse de qualquer tipo de bola. O professor arremessará um alvo para cima e os alunos, à voz de comando, deverão tentar acertar esse alvo.
Obs: Poderão ser bolas de meias.
Faixa etária: 7 e 8 anos
Objetivos: Desenvolvimento e domínio às coordenações dos movimentos diversificados, habilidade e agilidade.
Materiais: Bolas e por ex: um boneco como alvo
Variações: 1ª: Colocados da mesma forma anterior, agora estes deverão rolar a bola para o colega, podendo variar, rolando com as duas mãos, só com a direita ou a esquerda.
2ª: Pode-se arremessar a bola de costas para o colega, este pega a bola, vira e arremessa para o companheiro, criando-se variações.

7) Atividade: Handebol com Alvo

Número de jogadores: De 14 a 20 alunos
Área do jogo: Quadra ou espaço livre para marcar
Forma de organização: Dois grupos com números iguais de alunos, diferenciar os grupos A e B. Demarcar a área do gol com uma corda de 5 a 6 metros de comprimento. Nos gols será pendurado um arco ou pneus.
Regras: Não é permitido entrar na área do gol ou pisar na linha, se isso ocorrer, o grupo perdera a posse da bola. Não é permitido dar mais de 3 passos com a bola. Quicar a bola no solo para passar ao colega.
Será considerado vencedor o grupo que marcar, maior número de pontos.
Faixa-etária: De 8 aos 12 anos
Objetivos: percepção, noção de espaço, trabalhar em equipe.
Materiais: 1 bola, 1 corda e 2 arcos.
Variação: Realizar a mesma atividade, mas em duplas e colocar mais arcos.

8) Atividade: Distribuir e recolher

Número de jogadores: De 20 a 30 alunos
Área do jogo: Quadra, espaço livre ou na sala
Forma de organização: Dois grupos com números iguais de alunos, estarão em coluna atrás de uma linha demarcada. Na frente das colunas serão colocadas quatro bolas para cada grupo, ao lado da linha de saída. O primeiro corredor deverá carregá-las uma a uma, em quatro corridas, colocando-as dentro dos arcos dispostos à frente. O corredor seguinte deverá apanhá-las uma a uma em quatro corridas.
Será vencedor o grupo que terminar em primeiro
Faixa-etária: De 6 a 10 anos
Objetivos: O trabalho em equipe, percepção motora ao recolher e distribuir, noção de espaço e agilidade.
Materiais: 4 bolas, 4 arcos e 2 caixas.
Variação: Em duas colunas de alunos, colocar as caixas quadro metros à frente, um aluno irá segurar um arco em cima da caixa mas um pouco para frente, os alunos nas colunas tentarão acertar a bola dentro do arco e cair na caixa.

9) Atividade: Bola ao túnel

Número de jogadores: De 15 a 25 alunos
Área de jogo: Quadra ou na sala de aula.
Forma de organização: Os alunos formarão um círculo com as pernas afastadas, os pés encostados uns aos outros e as mãos nos joelhos. O professor ficará no centrojogando uma bola entre as pernas dos alunos, que por sua vez, não deixarão a bola passar por debaixo de suas pernas, entrará no círculo e com outra bola ajudará o professor nos arremessos, dificultando para os demais alunos.
Faixa-etária: De 7 aos 11 anos
Objetivos: Motricidade, agilidade, espaço e percepção.
Materiais: 2 bolas
Variação: Com o mesmo material, fazer duas colunas dar a bola para o primeiro e assim vai passando, pode ser por cima da cabeça, das pernas e de lado o ultimo irá ser o primeiro, assim sucessivamente.

10) Atividades: Chute aos cantos

Número de jogadores: De 16 a 20 alunos
Área do jogo: Quadra ou espaço livre para marcar
Forma de organização: Montar dois grupos com número igual de alunos. Nas linhas de fundo da quadra fazer dois quadrados que serão as bases. A quadra será dividida ao meio, de um lado ficara o grupo A e, nas bases, alunos do grupo B do outro lado, o grupo B e, nas bases, alunos do grupo. Ao sinal, o grupo que está com a posse da bola deverá, em seu campo, fazer três passes e chutar nos campos, para uma de suas bases pegar a bola. O grupo adversário tentará interceptar a bola com os pés. Caso a bola do grupo que chutou chegue às suas bases e o aluno segure a bola sem cair do quadrado ou pisar na linha, será considerado ponto. Quando um dos grupos marcar ponto a bola a bola será do grupo adversário.
Será considerado vencedor, o grupo maior número de pontos.
Faixa-etária: De 8 aos 12 anos
Objetivos: Socialização, noção de espaço, integração grupal
Materiais: 1 bola
Variação: Pode-se trabalhar o jogo da bandeirinha, na mesma quadra, com divisão dos alunos, competir ao pegar a bandeirinha do adversário.

Entrevista: Alfabetizar no contexto da cultura escrita


Telma Weisz, especialista em Alfabetização e supervisora pedagógica do programa Ler e Escrever, fala sobre a relação entre a cultura escrita, as práticas de linguagem e a alfabetização.

Reportagem: Práticas de Leitura no Ensino Fundamental

Parte 1




Parte 2




Projeto Primavera

fonte: Cantinho Alternativo